Vídeo: juíza é suspensa após obrigar testemunha a dizer: 'o que a senhora deseja, excelência?'
O caso veio à tona após o vídeo da audiência remota ter sido publicado nas redes sociais; caso aconteceu em Santa Catarina
O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 12ª Região, em Santa Catarina, suspendeu a juíza Kismara Brustolin após a magistrada gritar com uma testemunha durante uma sessão remota da Vara da Justiça do Trabalho em Xanxerê (SC), no dia 14 de novembro.
Durante a audiência a juíza exigiu, aos gritos, ser chamada de "excelência" por um homem que foi ouvido como testemunha de um processo trabalhista. A magistrada ainda chamou o homem de "bocudo". O caso veio à tona após o vídeo da audiência ter sido publicado nas redes sociais.
Brustolin ainda não se manifestou sobre o caso. Em nota (veja a íntegra abaixo), o TRT-SC disse que atendeu ao ofício da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e decidiu pela "imediata suspensão da realização de audiências pela magistrada, sem prejuízo do proferimento de sentenças e despachos".
O órgão ainda determinou a abertura de uma investigação interna contra a juíza para apurar a conduta dela.
Nota do TRT-SC
"Sobre os fatos ocorridos no dia 14 de novembro durante audiência realizada pela juíza substituta Kismara Brustolin na Vara do Trabalho de Xanxerê, o Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (TRT-SC) vem manifestar que:
Após ter tido conhecimento dos fatos, relatados por representantes da Presidência da OAB-SC, e atendendo a ofício expedido pela Ordem na tarde desta terça-feira (28/11), solicitando providências cabíveis, a Presidência e a Corregedoria Regional do TRT-SC, em ato conjunto, decidiram pela imediata suspensão da realização de audiências pela magistrada, sem prejuízo do proferimento de sentenças e despachos que estejam pendentes, salvo recomendação médica em contrário.
Em ato contínuo, a Corregedoria Regional irá instaurar procedimento apuratório de irregularidade.
A suspensão da realização de audiências deverá ser mantida até a conclusão do procedimento apuratório de irregularidade ou eventual verificação de incapacidade da magistrada, com o seu integral afastamento médico".
O caso
No vídeo da audiência que circula nas redes sociais, Kismara Brustolin se exalta ao chamar a atenção da testemunha e exigir ser tratada como "excelência".
"Eu chamei sua atenção. O senhor tem que responder assim: O que a senhora deseja, excelência?", afirmou.
Em seguida, a testemunha repete, por duas vezes, que não entendeu a colocação da juíza. Diante da situação, a magistrada gritou; "Responda, por favor". Ela ainda esbravejou: "Repete!"
A testemunha chegou a questionar se seria obrigado a seguir a determinação da juíza e foi informado que o depoimento seria desconsiderado do processo. "O senhor não é obrigado, mas se o senhor não fizer isso, o seu depoimento termina por aqui e será totalmente desconsiderado".
Em seguida, quando a testemunha afirmou que está à disposição para esclarecer "a inverdade de fotos" que estão no processo trabalhista, a juíza volta a gritar, ofende o depoente e determina a retirada dele da sala virtual. " Para, para! Bocudo!"
*Com informações da Agência Brasil
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