Gleisi Hoffmann ataca presidente do Banco Central a quatro dias da reunião do Copom
Governo pressiona o Copom pela redução da Selic desde o início do ano; nesta sexta-feira, presidente do PT criticou o economista Roberto Campos Neto
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, atacou o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, em publicação nas redes sociais nesta sexta-feira (27). As críticas dirigidas ao economista giram em torno do fato de que ele possui fundos de investimento no exterior, ainda que Campos Neto tenha dito na Comissão de Finanças e Tributação na Câmara dos Deputados, em setembro, que suas reservas offshore foram declaradas quando ele assumiu o cargo público no Banco Central em 2019. "O curioso caso do presidente banqueiro do BC que tem grana nos fundos exclusivos e offshores e agora vai ser taxado", escreveu Gleisi citando a aprovação do Projeto de Lei (PL) que prevê a tributação de offshores e dos fundos fechados de investimento, no plenário da Câmara, na última quarta-feira (25).
A deputada federal declarou que Campos Neto manter fundos de investimento é incompatível com a atividade desempenhada por ele no Banco Central. "Campos Neto tem fundo exclusivo que é afetado por decisões do banco, como a definição de juros. Presidente do BC que usa essas aplicações, burla IR [Imposto de Renda] e ganha com a alta do dólar e da Selic, não pode decidir a política de juros do Brasil", tuitou Gleisi Hoffmann.
O comentário da presidente do PT sobre a taxa de juros é feito exatos quatro dias antes da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que poderá decidir uma nova redução na Selic. O encontro da diretoria do Copom começará na terça-feira (31), e a resolução sobre a política de juros sairá na quarta-feira (1º). Desde o início do mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e aliados pressionam o presidente Roberto Campos Neto a forçar uma queda na taxa de juros. Em agosto e setembro a Selic registrou duas quedas sucessivas, ambas de 0,5 ponto percentual; assim, a Selic atingiu seu menor patamar em 16 meses: 12,75%. As reduções registradas nos dois últimos meses foram as primeiras em três anos.
Em nota publicada em setembro, o Copom indicou que deveria haver um novo corte de 0,5% nas reuniões até o final do ano. "Se confirmando o cenário esperado, os membros do comitê, unanimante, anteveem redução da mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado", descreveu em documento do mês passado.
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