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Haddad, o ministro gradualista

Governo Lula deve apresentar novo arcabouço fiscal nas próximas semanas

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Haddad defende controle da dívida com referência ao PIB

Nas próximas semanas o governo Lula deve apresentar ao país o novo arcabouço fiscal que substituirá a Lei do Teto dos Gastos. Duas coisas são certas antes mesmo da primeira linha ser divulgada: o mercado vai achar o modelo frouxo e o PT vai criticar por ser fiscalista demais.

Haddad é o pai da criança e garante que seu papel no ministério não é agradar ninguém, mas fazer aquilo que é certo para o país. Na entrevista dada à CNN, ele deu todas as dicas de como seria o novo arcabouço. Enfatizou a importância do controle da dívida com referência ao PIB, olhando para os resultados de superávit primário. Só não garantiu aquilo que o mercado gostaria: uma regra de punição e controle para quem desobecer a nova lei. Por isso, Haddad corre o risco de não conseguir se garantir como o meio para assegurar lucros e previsibilidade, que é o que o mercado deseja.

O PT quer imprimir novamente sua política desenvolvimentista, com investimentos estatais em todas as áreas estratégicas para o país. Foi para isso que conquistou o direito legítimo ao ser eleito. Aliás, não importa por qual diferença, quem vence tem a legitimidade de governar segundo os seus princípios. Opositores do Teto, regra que limita investimentos públicos na visão dos petistas, eles querem ser capazes de incluir novamente no orçamento público os gastos que garantem acesso universal e público a educação, saúde e às políticas sociais. Eles já conseguiram avançar muito com a PEC aprovada antes mesmo do governo começar, mas é esse novo arcabouço fiscal que vai mostrar qual o limite futuro do gasto. Preocupado com o equilíbrio fiscal, Haddad vai sofrer com os inimigos internos.

Mas se nem PT, nem o mercado ficarão satisfeitos com o que está por vir, não deveria o Ministro mudar de posição? Haddad olha para um jogo mais longo. O de 2026. Ele sabe que só tem chance de ser o pós-Lula se fizer o que é certo para o conjunto do eleitorado. Na visão dele, o arcabouço é só uma peça do quebra-cabeças. Além dele, tem a reforma tributária, o programa litígio zero, as mudanças no cálculo do PIS/COFINS sobre o ICMS e a volta do voto de qualidade no CARF. O que Haddad quer com tudo isso é mostrar que os juros podem cair, e com isso, que o Brasil pode voltar a ter crédito para os pequenos e médios empresários, que as dívidas podem ser arroladas com sossego e que o país pode voltar a crescer.

Se vai conseguir tudo isso, é difícil saber, mas é com esse jeito gradualista que ele pretende conduzir a política econômica brasileira.


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