Silvio Almeida diz não ver ilegalidade em reunião da 'Dama do Tráfico' em Brasília
Ministro dos Direitos Humanos diz que presença de Luciane na sua pasta ocorreu após indicação de comitê no Amazonas
O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, diz não ter responsabilidade sobre a participação de Luciane Barbosa Farias, que ficou popularmente conhecida por "Dama do Tráfico" em reuniões na sua pasta. Luciane é casada com o traficante Clemilson dos Santos Farias, o Tio Patinhas, líder do Comando Vermelho no Amazonas e condenado por associação ao tráfico.
Luciane integra o comitê estadual do Amazonas para prevenção e combate à tortura nos presídios e foi indicada pelo órgão para participar de um encontro nacional em Brasília. Assim como outros 70 participantes, ela teve as despesas de viagem pagas pelo Ministério dos Direitos Humanos.
Para Silvio Almeida, não há ilegalidade na visita da "Dama do Tráfico" à pasta, mas ele ressalta que a sua ida à capital federal é de responsabilidade do comitê estadual amazonense.
"Os comitês estaduais são formados dentro dos estados membros da federação. Eles indicam os seus representantes para que participem dos encontros anuais", afirmou em entrevista à Itatiaia.
"Uma vez que esses comitês estaduais são chamados pelo comitê nacional do qual eles integram, as despesas são pagas para todas as pessoas que são indicadas pelos comitês estaduais e que participa desse encontro", explica o ministro, que ressalta que as despesas de passagem e hospedagem foram pagas para 70 pessoas, ao todo, incluindo Luciane. No caso da "Dama do Tráfico", o montante chegou a R$ 6 mil.
"Então, não teve nenhuma interferência do ministério, não teve nenhuma relação com nada do ministério. Essa indicação foi uma indicação feita pelo estado", completou. .
O caso foi revelado pelo Estado de S. Paulo em 13 de novembro. Conforme reportagem, Luciane Barbosa Farias foi recebida dentro do prédio do Ministério da Justiça, por assessores do ministro Flávio Dino (PSB), duas vezes neste ano. Ao Estadão, a pasta comandada pelo mais novo indicado a uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) disse que era "impossível" que o setor de inteligência do ministério detectasse previamente a presença dela no encontro.
Por fim, Silvio Almeida diz não ver "nenhuma ilegalidade" na questão.
"Não vejo nenhuma ilegalidade. Se ocorreu algum erro porque, vejam, a pessoa é solta, ela está respondendo a um processo e não há trânsito em julgado da sentença. Então, o que me parece é que, se ouve algum erro, isso não tem nenhuma relação com as atividades regulares do Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura e nem com o Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura", encerra.
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