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‘Se pudesse voltar atrás, não teria feito nada disso’, diz Zambelli sobre contratação de hacker

Mesmo negando que tenha contratado Delgatti para invadir sistema do Judiciário, em depoimento à Polícia Federal, deputada se diz arrependida de ter confiado no “hacker da Vaza Jato”

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Deputada diz que se arrepende, inclusive, de ter posado em foto com Walter Delgatti

Após prestar depoimento nesta terça-feira (14) à Polícia Federal em Brasília, Carla Zambelli diz estar ‘arrependida’ de ter confiado na palavra do hacker Walter Delgatti Neto, investigado por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserir informações falsas, entre elas, um pedido de prisão do Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

“O arrependimento é uma coisa complicada. Se eu pudesse voltar atrás no tempo, eu não teria sequer tirado uma foto com ele em Ribeirão Preto. Mas até os investigadores com quem a gente conversou falam que o Walter é uma pessoa que, na conversa, ele é muito afável. Ele convence de que é uma pessoa confiável, é complicado. Eu sou uma pessoa que sempre confia nas pessoas até que me provem o contrário, então se perguntar se eu me arrependo, eu digo que arrependo. Se pudesse voltar atrás, não teria feito nada disso”, disse a deputada na saída da sede da Polícia Federal em Brasília.

Questionada pelos agentes da PF no depoimento prestado nesta terça-feira, ela voltou a dizer que havia contratado Delgatti para cuidar de um site, e confirmou que os pagamentos realizados por ela foram, exclusivamente, para essa finalidade - contrariando a declaração de Delgatti, que já prestou depoimento à PF e afirmou que recebeu R$ 40 mil para invadir os sistemas do CNJ.

Zambelli é investigada por, supostamente, ter contratado Delgatti para o serviço. Ambos, inclusive, foram alvo de uma operação da PF, em agosto, por participarem de um esquema de inserção de alvarás de soltura e mandados de prisão falsos no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões.

De acordo com a PF, "os crimes apurados ocorreram entre os dias 4 e 6 de janeiro de 2023, quando teriam sido inseridos no sistema do CNJ e, possivelmente, de outros tribunais do Brasil, 11 alvarás de soltura de indivíduos presos por motivos diversos e um mandado de prisão falso em desfavor do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes".

Os fatos investigados "configuram, em tese, os crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica", diz a PF.

Após a oitiva na Polícia Federal, ela alegou que não tinha ideia de que o hacker era o mesmo que já havia invadido celulares de autoridades ligadas à Operação Lava Jato.

“Quando eu o conheci não sabia que ele era hacker, e nem ligava ele a pessoa que ele é, o vermelho. Quando eu o contratei, para as redes sociais, ele mandou uma proposta para mim dizendo que queria trabalhar, cobrou R$ 10 mil reais para poder ligar as redes sociais ao site e fazer um belo site, onde as pessoas pudessem me contactar, fazer um cadastro. Essa conversa toda está na Polícia Federal e está no inquérito”, disse.

O inquérito sobre a invasão ao site do CNJ está em fase final e a Polícia Federal não descarta novos depoimentos. Em tese, Zambelli e Delgatti são investigados pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica, segundo a Polícia Federal.


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