Hamas anuncia prorrogação de 48 horas na trégua com Israel
O pacto permitiu a entrada de ajuda humanitária e a libertação de reféns na Faixa de Gaza
O movimento extremista Hamas e o Catar anunciaram, nesta segunda-feira (27), uma extensão de 48 horas da trégua em vigor com Israel. Até agora, Israel não confirmou oficialmente a prorrogação do cessar-fogo. O pacto permitiu a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, que enfrenta uma crise após sete semanas de bombardeios israelenses.
A trégua, mediada pelo Catar, Egito e Estados Unidos, começou na sexta-feira (24) com um prazo inicial de quatro dias. O acordo inicial previa a libertação de 50 reféns do Hamas pela troca de 150 prisioneiros palestinos em prisões israelenses. O grupo extremista islâmico sequestrou mais de 200 pessoas em Israel no ataque de 7 de outubro.
O Hamas está preparando uma nova lista de reféns para libertação, enquanto a União Europeia, a Otan e os EUA pressionam por uma extensão da trégua em Gaza. O governo israelense fez uma proposta para estender a trégua em troca da libertação de mais 50 reféns pelo Hamas.
A opinião pública em Israel, abalada pelo ataque do Hamas no dia 7 de outubro, exige a libertação de mais reféns. Desde o início do cessar-fogo, 39 reféns israelenses e 117 presos palestinos foram soltos. Outros 19 reféns, a maioria tailandeses que trabalhavam em Israel, foram liberados por meio do acordo.
Situação precária em Gaza
Apesar da trégua, a situação humanitária na Faixa de Gaza continua grave. A Agência da ONU para os Refugiados Palestinos afirma que as necessidades na região “são sem precedentes, com danos extensos às residências e a maioria da população deslocada.”
Desde sexta-feira (24), centenas de caminhões com ajuda entraram na Faixa de Gaza, onde Israel aplica desde 9 de outubro um "cerco total"- que impede o abastecimento de água, comida, energia elétrica e remédios.
No entanto, a falta de água potável e alimentos persiste. A ONU destaca que são necessários pelo menos dois meses de “ajuda consistente” para atender às emergências da população em meio à devastação causada pela guerra.
Líderes europeus, EUA e da Otan pedem uma trégua duradoura devido a necessidade de um alívio humanitário em Gaza. O Irã, apoiador do Hamas, também pediu para estender o período de trégua.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reiterou ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, seu objetivo de "eliminar o Hamas" ao final da trégua. Nesta segunda, o primeiro-ministro solicitará um "orçamento de guerra" de 30 bilhões de shekels (quase 8 bilhões de dólares, 39 bilhões de reais) ao parlamento.
Israel x Hamas
Israel iniciou a ofensiva contra a Faixa de Gaza após o ataque do Hamas em 7 de outubro, quando 1.200 pessoas foram assassinadas por combatentes islamistas e outras 240 foram sequestradas e levadas para a Faixa de Gaza, segundo as autoridades do país.
Entre os mortos estão mais de 300 militares ou integrantes das forças de segurança israelenses.
Gaza é alvo de bombardeios incessantes e de uma ofensiva terrestre desde 27 de outubro. A operação israelense deixou 14.854 mortos, incluindo 6.150 menores de idade, segundo o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas.
A comissão de prisioneiros da Autoridade Palestina acusa o Exército israelense de ter detido mais de 100 moradores de Gaza durante a ofensiva. Israel proporcionou uma vez "o número de 105 prisões, mas sem nenhum detalhe sobre o destino dessas pessoas", indicou Qaddura Fares, chefe desse órgão governamental.
* Com informações da AFP
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