Delegada atirou pelo menos quatro vezes contra policiais, afirma PC

A delegada da Polícia Civil, Monah Zein, de 38 anos, atirou pelo menos quatro vezes contra as equipes de suporte durante abordagem na manhã dessa terça-feira (21), na porta de seu apartamento no bairro Ouro Preto, na Pampulha.

A informação foi confirmada pelo porta-voz da Polícia Civil, delegado Saulo Castro, durante coletiva de imprensa realizada na tarde desta quinta (23). Segundo o representante do órgão, a mulher teria atirado contra os agentesdo da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e que, inclusive, um disparo 'passou bem perto de um policial'.

O porta-voz também confirmou que, diante da situação de crise e exaltação da delegada, os agentes dispararam um dardo tranquilizante com um taser, uma arma de choque, contra ela. A dinâmica dos fatos não foi completamente esclarecida pelos policiais.

Arma sem registro

Durante horas, os agentes permaneceram na porta de Monah com o intuito de preservar a vida da colega. Uma das conversas era para que ela entregasse a arma da instituição, já que ela estava afastada por 'questões médicas'. A delegada entregou a arma da corporação mas apareceu em imagens portando uma segunda pistola.

Investigações da Polícia Civil deram conta que esta arma não pertencia à organização e que a delegada não tinha registro dela, caracterizando o porte ilegal. Não há informações de qual arma realizou os disparos.

Saúde dos agentes

Questionado sobre os recentes casos envolvendo a saúde mental dos policiais, o delegado Saulo Castro respondeu:

"Lamentamos todo e qualquer caso de instabilidade, inclusive os mais graves envolvendo saúde mental. A Polícia Civil tem um Centro Biopsicossocial de assistência de saúde mental para os servidores, o que não exclui a possibilidade de nossos servidores buscarem amparo e assintética médica da rede pública de saúde ou complementar. Há politicas estabelecidas dentro da PC sobre saúde mental, inclusive cursos na academia de polícia e atendimento psicológico a titulo de plantão psicossocial, há atendimentos de colegas do interior e região metropolitana de Belo Horizonte por vídeo. No há por parte da PC a condição de obrigar o servidor a fazer esse tratamento, ele tem que aceitar, até por questões éticas."

Prisão

Ainda de acordo com o porta-voz, a delegada abriu a porta de seu apartamento por livre e espontânea vontade, onde os agentes cumpriram o mandado de busca e apreensão. Durante o trajeto do oitavo andar até o saguão, onde uma ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) aguardava para transferência, os policiais deram voz de prisão em flagrante por tentativa de homicídio contra os policias.

A reportagem da Itatiaia entrou em contato com a defesa da delegada Monah Zein e aguarda posicionamento oficial.

Entenda o caso

Equipes da Polícia Civil foram empenhados até o apartamento de uma delegada de 38 anos após ela enviar mensagens com um teor de risco à própria saúde em um grupo de amigos e colegas de trabalho. Diante da situação, agentes de apoio se posicionaram no local por volta das 9h desta terça-feira (21) e tentaram manter contato com a mulher, que estava exaltada com a situação.

Ela realizou uma live em seu Instagram mostrando o momento da abordagem e questionou a ação dos policias, dizendo que eles não possuíam um mandado para estar ali e que ela estava se sentindo ameaçada. Ainda de acordo com a delegada, um disparo foi realizado por ela contra a equipe após eles atirarem nela com um taser, uma arma de choque, informação confirmada pelo porta-voz da Polícia Civil, delegado Saulo Castro.

A delegada segue dentro de seu apartamento e os policiais do Core e do Biopsicossocial seguem no local tentando manter diálogo e negociar. Ainda conforme o porta-voz, a atuação dos policiais seria com intuito de acolher e preservar a vida da colega.