Políticos podem ser iguais, políticas não
As políticas públicas implementadas dependem da trajetória de cada um e fazem a diferença
Na minha jornada como pesquisador, consultor, comentarista e professor acompanhei de perto muitos políticos dos mais variados campos ideológicos. Já admirei muita gente e, também, já me decepcionei com vários. Quando falamos deles, é necessário separar as pessoas de suas decisões no exercício do poder.
Quando falo das pessoas, no ambiente político, vejo muito mais similaridades que diferenças entre elas. Seja de esquerda, centro ou direita, nunca vi, em minha trajetória, um político burro, apesar de muitos não saberem escrever. Nunca vi político surdo, apesar de muitos não ouvirem. Para político cego eu já trabalhei e este enxergava mais longe que que muitos outros com bons olhos por aí.
No âmbito da vida familiar dos políticos, já trabalhei com casado, separado, viúvo e solteiro. O estado civil nunca fez diferença ao pensar a política. No campo religioso, encontrei católicos, evangélicos, espíritas e sem religião e, também, não há diferenças no modo de fazer política.
Quanto ao gênero, traço que deveria fazer a diferença, também vi mais similaridades que diferenças. Já acompanhei homens e mulheres e vi traços machistas e sexistas em ambos. Entre as características sociais só a cor ou raça, que pelo déficit de representação de negros e pardos, pode trazer luz e fazer diferença no modo de pensar e fazer política. A ausência de negros nas instâncias decisórias superiores faz com que, indubitavelmente, aqueles que chegam à representação política tenham uma história de vida bem diferente dos demais.
Política se faz com um amplo espectro de relacionamentos, com uso de boas formas de comunicação e com a capacidade de mobilização de pessoas. E isto muita gente tem.
Já a aplicação dessas habilidades no mundo político, no fazer político há muita diferença. Há quem priorize determinados grupos, há quem busque determinados enfrentamentos, há quem veja a sua ação como promoção da autonomia ou de dependência dos seus eleitores. Há políticos que são dispensáveis e há outros que são fundamentais.
O político chega ao mandato escolhido por milhares ou milhões de eleitores que olham mais suas características pessoais do que a sua trajetória de vida. São as experiências antes da vida política que marcam a trajetória de escolhas de determinadas políticas públicas.
E, na escolha das políticas, na escolha de quais grupos serão incluídos e quais serão excluídos, a ação política faz muita diferença. E neste ponto os políticos são muito diferentes, afinal a história de cada um orienta as decisões que impactam a vida de cada um de nós.
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