Ouça a rádio

Ouvindo...

O egoísmo está atrasando a evolução do futebol brasileiro

Vaidade e falta de senso comum complicam a criação da liga

Compartilhar

Facebook Twitter LinkedIn WhatsApp
Organização dos campeonatos nacionais ainda está sob comando da CBF

A expressão popular “se a farinha é pouca, o meu pirão primeiro” nunca esteve mais em voga do que agora no futebol brasileiro. A vaidade apresentada por alguns dirigentes, o egoísmo, aliada a falta de senso coletivo e de diálogo está atrasando a possível criação de uma liga para comandar os principais campeonatos do país, a exemplo do que acontece na Europa.

A precipitação de alguns clubes como Palmeiras e Flamengo, em criar a Libra (Liga do Futebol Brasileiro), sem um entendimento com todos, levou nesse momento a um racha entre os 40 clubes, que hoje foram as série A e B. Desses quarenta clubes, vinte e cinco não se uniram à Libra, enquanto Bahia e Grêmio ainda não decidiram que lado vão apoiar.

Um exemplo clássico do pensamento egoísta aconteceu recentemente ás vésperas do clássico pela Série B entre Vasco e Cruzeiro. A equipe mineira solicitou ao clube carioca a liberação de uma carga maior de ingressos para a China Azul, mas o pedido foi barrado pelo Consórcio Maracanã, administrado por Flamengo e Fluminense.

Segundo o 1º vice-presidente do Vasco, Carlos Roberto Osório, em entrevista exclusiva ao repórter Wellington Campos, o consórcio Maracanã retirou da venda 5 mil ingressos para a partida e o real motivo: a partida bateria o recorde de público de 2022, que hoje pertence a partida entre Flamengo x Palmeiras.

É algo inacreditável!

A vaidade se fez prevalecer mais uma vez no futebol brasileiro.

E isso nos leva a imaginar o nível das discussões para a criação da liga do futebol nacional. Se o orgulho besta de recorde de publico é levado em conta no momento de se liberar uma carga maior de ingressos, imagina os assuntos mais delicados, como distribuição de direitos televisivos, entre outros?

Existe uma pressão por parte de alguns clubes, para a criação de uma liga com quarenta clubes, de forma urgente, precipitada. Não se cria uma mudança tão radical no futebol brasileiro sem diálogo e sem a união de todos. E cria até uma desconfiança quando as intenções.

É preciso deixar as vaidades de lado, intensificar os estudos, aprofundar o debater e principalmente buscar o diálogo. E nessa conversa é preciso ouvir a todos, porque muitas coisas estão em jogo. Não é simplesmente criar uma competição (no caso duas) e pronto.

O presidente do Atlético, Sérgio Coelho, foi muito feliz ao dizer que seja uma liga em que a distribuição da renda seja justa como é na Europa. E que a liga não pode servir para os ricos ficarem mais ricos e os pobres ficarem mais pobres.

Essa é a grande questão. Quem recebe muito tem indicado que não pretende abrir mão disso, algo muito inverso do que acontece no mundo.

Esse tentativa de consenso no futebol brasileiro não é nova. Em julho de 1987, treze clubes se reuniram no chamado Clube dos 13, que chegou a ter depois 20 clubes associados. Teve um certo sucesso, com negociação dos direitos de transmissão de campeonatos como o Brasileiro e conversava com a CBF sobre as formas de disputa dos campeonatos nacionais. A entidade acabou em 2011, por conta da venda de direitos de televisão.

Posso estar completamente enganado (e quero salientar que nunca fui e jamais tive a pretensão de ser o dono da verdade), mas uma liga real, justa e verdadeira, só dará certo no Brasil, quando todos ou a grande maioria dos clubes se transformarem em clube empresa e tiverem seus investidores.

Isso porque quando se tem um dono, ele visa o lucro e o que realmente é melhor para a sua empresa, enquanto no modelo atual, de associação, na maioria das vezes a vaidade, os caprichos pessoais se sobrepõe ao bem maior do clube que comandam.

Sinceramente, torço para estar errado.


Participe do canal da Itatiaia no Whatsapp e receba as principais notícias do dia direto no seu celular.  Clique aqui e se inscreva.

Leia Mais

Bruno Tabata

Revelado pelo Galo, meia está perto do Palmeiras e pode enfrentar o Atlético na Libertadores

Zema

Depois de sinalização de nome de Simões para vice de Zema, parlamentares do PP se reúnem em Brasília

MAIS UM REFORÇO

William comemora chegada ao Cruzeiro e promete empenho: 'alegria voltando'

Eleições 2022

Ex-presidente Lula voltará ao Estado de Minas para oficializar a aliança com Alexandre Kalil

Agronegócio

Laticínios Porto Alegre anuncia fábrica em Patos de Minas  

Av. Barão Homem de Melo, 2222 - Estoril Belo Horizonte, MG

T.(31)21053588