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Museus de Belo Horizonte guardam relíquias e curiosidades da Inconfidência Mineira

Nomes históricos da Inconfidência também estão nas ruas da capital mineira

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Museu da artes e oficios

Quando se fala em Inconfidência Mineira um dos primeiros nomes que vêem à mente é Ouro Preto, afinal, era lá que a rebelião se iniciaria, quando ainda se chamava Vila Rica e era a capital de Minas Gerais. E foi em Vila Rica, que a cabeça de Tiradentes foi exposta na praça central, para servir de exemplo: que ninguém mais ousasse se levantar contra a Coroa Portuguesa! Também em Ouro Preto está o Museu da Inconfidência, instalado na antiga Casa de Câmara e Cadeia de Vila Rica e é dedicado à preservação da memória da Inconfidência Mineira.

Entre as mais de quatro mil peças, que registram como era a vida sociocultural mineira dos séculos XVIII e XIX, um dos itens de maior destaque no Museu da Inconfidência, certamente é documento conhecido com Autos da Devassa. Trata-se do processo de julgamento dos inconfidentes, que contém, por exemplo, a certidão da execução de Tiradentes.

Mas além de Ouro Preto, também Belo Horizonte guarda relíquias e memórias dos tempos da Inconfidência. No Museu Mineiro (Avenida João Pinheiro, 372, Funcionários), um dos itens mais importantes é a Bandeira dos Inconfidentes, exposta na Sala Minas Gerai. Bem diferente da versão oficial da flâmula do Estado, a bandeira original, tem o triângulo verde, sugestão do próprio Tiradentes. O fundo branco foi ideia do poeta Cláudio Manoel e o lema em latim, “Libertas quæ sera tamen”, foi proposto por Alvarenga Peixoto.

Ainda no Museu Mineiro, chama a atenção também dos visitantes, um relógio de bolso, banhado a prata, datado de 23 de fevereiro de 1780 e marcado com as iniciais J. J. S. X.. As letras abreviam o nome de ninguém menos que Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.

No Arquivo Público Mineiro, que funciona no mesmo endereço, há contracheques que registram a quantia que o alferes Tiradentes recebeu nos anos de 1781 e 1782 do império português. O valor era de 72 mil réis por trimestre, quantia considerada alta pelos historiadores. No local, também está guardada uma carta de Bárbara Heliodora, mulher do inconfidente Alvarenga Peixoto, enviada ao contratador da Real Fazenda, João Rodrigues de Macedo. Na carta, escrita em 18 de fevereiro de 1795, Bárbara Heliodora mostra desespero porque teve os bens confiscados pela coroa.

Com o marido preso e deportado para Angola, onde morreu, a mulher de Alvarenga Peixoto implora: “Eu não tenho outro abrigo, e que será de mim? E de meus tristes filhos se nos faltar a sua proteção. É isso o que basta para a nossa total ruína, eu por mim só. Nada, nada me afligiria porque depois de perder meu marido, e que marido, e por um modo tão lastimoso, não quero senão chorar toda vida”. Segundo os historiadores, a carta faz parte do processo de negociação de Bárbara Heliodora com a Coroa, que culminou com a devolução dos seus bens de família.

Outra relíquia da Inconfidência guardada em Belo Horizonte, é uma carta escrita por Tiradentes ao rei de Portugal, exposta no Museu dos Militares Mineiros (Rua dos Aimorés, nº 698). No documento, Tiradentes assina como “Alferes, o comandante do sertão”, o que indicaria uma posição de status do líder inconfidente no comando da cavalaria de Vila Rica. O acervo também guarda o uniforme oficial de Tiradentes, hoje Patrono das Polícias Militares do Brasil.

A Inconfidência nas ruas da capital.

Rodando pelas ruas da capital, o mineiro respira e se inspira nos ideais de liberdade da Inconfidência. Na região central, várias ruas homenageiam os conjurados que se levantaram contra os abusos da Coroa Portuguesa: Álvares Maciel, Alvarenga Peixoto, Domingos Vieira, Resende Costa, Tomás Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa e Padre Rolim, além de Marília de Dirceu e Bárbara Heliodora.

Ainda na capital, no cruzamento das avenidas Afonso Pena e Brasil está a Praça Tiradentes. No local, um monumento em bronze, executado pelo artista Antônio van der Weill homenageia o mártir da Inconfidência Mineira. A inauguração da praça em 20 de agosto de 1962, na gestão do então prefeito Amintas de Barros, guarda uma curiosidade. Na pressa da inauguração, a solenidade aconteceu sem que o monumento em bronze estivesse pronto, por isso no local, foi instalada uma réplica em gesso. Somente em 5 de janeiro do ano seguinte, a estátua em bronze foi finalmente inaugurada, com seis metros e meio de altura e pesando mil e quatrocentos quilos.

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