PF dá detalhes sobre participação de Maxwell Simões na morte de Marielle e Anderson
Ex-bombeiro foi preso no Rio de Janeiro nesta segunda-feira (24)
A Polícia Federal detalhou em coletiva, nesta segunda-feira (24) na Zona Portuária do Rio, o envolvimento do ex-bombeiro Maxwell Simões na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Conhecido como Suel, o ex-bombeiro dormia em casa, no bairro do Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste da capital Fluminense, quando foi surpreendido com a chegada dos agentes federais.
Marielle e Anderson foram assassinados em março de 2018, na região central do Rio, após um carro emparelhar com o veículo onde eles estavam e disparar 13 vezes.
Delação premiada de Elcio de Queiroz
A prisão de Suel ocorreu graças a um acordo de delação premiada do ex-PM Elcio de Queiroz. Elcio, que está preso, confessou pela primeira vez ter dirigido o veículo de onde partiram os disparos que atingiram Marielle. Em sua delação, Elcio também afirmou que o ex-bombeiro teria participado do crime antes e após a execução, fazendo desde a vigilância da vereadora até um auxílio financeiro aos executores.
“Antes do crime ele participa da manutenção do carro, da guarda do carro, da vigilância da vereadora. Imediatamente seguinte ao crime ele auxilia os executores a trocar as placas do veículo e a contactar a pessoa que foi responsável por se desfazer do carro. Posteriormente ao crime, Maxwell auxiliava, junto com Ronnie, na manutenção (financeira) da família do Elcio e da sua própria defesa. Ele vinha até recentemente auxiliando os executores a se eximirem do crime. Fora outros detalhes, Maxwell já tinha sido preso anteriormente por auxiliar o Ronnie Lessa a se desfazer das armas. Tudo isso demonstra que ele solto continuaria a se desfazer de provas”, disse o Promotor de Justiça Eduardo Martins.
Ronnie Lessa, que também está preso, é acusado de efetuar os disparos que atingiram a vereadora. No entanto, ele nunca confessou o crime. Em sua delação, Elcio também confirmou Lessa como executor. Segundo os investigadores, o principal motivo que levou Elcio a colaborar com a delação premiada foi a quebra de confiança que houve entre ele e Lessa. Isso porque Lessa teria afirmado a Elcio que não havia feito nenhuma pesquisa em nome de Marielle na internet, contradizendo a apuração dos agentes federais, que constataram a busca.
“Ronnie Lessa pesquisou o CPF da Marielle e de sua filha, Luyara, dois dias antes do crime. Esse fato ainda não tinha sido explorado, foi colhido pelo MP e quando apresentado ao colaborar de fato foi um incentivo para a sua colaboração”, afirmou o delegado de Polícia Federal Guilhermo Catramby.
O ex-bombeiro Maxwell Simões já tinha sido condenado em 2021 a quatro anos de prisão por atrapalhar as investigações sobre a morte da vereadora Marielle, já que ele teria ajudado Ronnie Lessa a jogar as armas do crime no mar. Além da prisão, sete mandados de buscas e apreensão foram cumpridos na operação de hoje. Armas, celulares, veículos e outros bens foram apreendidos.
Irmão de Ronnie Lessa é intimado a depor
Também na operação desta segunda-feira, Denis Lessa, irmão do ex-policial militar Ronnie Lessa, foi conduzido a sede da PF para prestar esclarecimentos. Segundo o delegado de Polícia Federal Guilhermo Catramby, Denis confirmou que recebeu, na casa da mãe deles, no Méier, zona norte do Rio, uma bolsa de Ronnie contendo itens utilizados no crime e que chamou um táxi para que Ronnie e Élcio Queiroz fossem à Barra da Tijuca, na zona oeste. Segundo os investigadores, no entanto, não há elementos que indiquem que ele sabia do conteúdo da bolsa.
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