UFRJ promove competição de barcos movidos a energia solar

O futuro sustentável é conduzido por energias limpas. Essa é a mensagem da 16ª edição do Desafio Solar Brasil (DSB), competição de barcos movidos a energia solar, realizada de 31 de julho e 6 de agosto na Praia de Icaraí, em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro.

Promovido pelo Núcleo Interdisciplinar para o Desenvolvimento Social (Nides) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o DSB é um projeto de extensão universitária que estimula o desenvolvimento e as aplicações de fontes alternativas de energia em embarcações. O projeto tem apoio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte.

Ricardo Bogéa, coordenador de planejamento do projeto, ressalta que o objetivo é que os alunos coloquem seu aprendizado em prática e apliquem seus conhecimentos em situações reais. “Considero fundamental para a formação dos alunos o envolvimento em logística, organização, equipe, orçamento e também a competitividade, para que tenham melhor desempenho perante as demais equipes”, explica ele, em entrevista à Agência Brasil.

A expectativa de Bogéa é a consolidação da classe de barcos movidos a energia solar, de forma a estimular a participação de representantes estrangeiros no projeto. Além disso, é importante que seja criado um congresso que reúna instituições de ensino, administração pública e empresas para que dialoguem sobre temas como energias renováveis, educação de ciências e outras tecnologias, meio ambiente, transição energética, veículos elétricos e tecnologia social.

Competição

Nesta edição da DSB há 21 embarcações de equipes do Rio de Janeiro, de Santa Catarina, do Amazonas, do Espírito Santo, do Pará e de São Paulo. Eles se enfrentarão em sete provas. A premiação da regata contempla as três equipes que obtiverem as melhores pontuações no somatório de provas.

O reconhecimento, no entanto, não está limitado ao desempenho na água. As equipes que se destacarem na produção de vídeos e pôsteres concorrem a prêmios especiais dedicados ao esforço de divulgação científica, para mostrar a importância de disseminar o conhecimento sobre tecnologias sustentáveis.

Daniel Mariano, aluno de engenharia elétrica da Universidade Federal Fluminense (UFF), diz que, neste ano, sua equipe, a Araribóia, pretende vencer depois de subir ao pódio em 2020 e 2022. Ele reconhece, no entanto, que o nível da competição está mais alto. “Com um maior número de equipes participantes, mais bem preparadas e competitivas, a esperança é que a gente consiga o pódio”.

Mariano conta que sua equipe terá uma embarcação com painéis fotovoltaicos flexíveis que produzem a mesma quantidade de energia que os antigos (rígidos, feitos em vidro e alumínio), mas são mais leves.

Participação

Participam do DSB neste ano 20 polos de inovação nacionais. Entre eles, estão instituições como UFRJ, UFF, Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade Federal do Pará (UFPA), Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet) e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense (IFF).

Além das competições, o DSB tem palestras, workshops, exposição de trabalhos acadêmicos, mostra de vídeos, artistas locais e minicursos gratuitos abertos ao público. Os temas das discussões incluem descarbonização, transição energética, economia circular e materiais compósitos, nitrogênio verde, tecnologia social e tecnologia embarcada.

DSB nas escolas

Júlia Fernandes, líder de gestão do projeto DSB, comenta que sua equipe visita escolas públicas de Niterói para divulgar o encontro. Eles convidam estudantes dos ensinos fundamental e médio para participar, com o objetivo de incentivá-los a buscar o ensino superior. "Temos como meta apresentar a energia solar como um ensinamento que eles podem levar para o seu dia a dia", diz.