Como está Caratinga dois anos após a morte de Marília Mendonça?

A morte de Marília Mendonça completa dois anos no próximo domingo (5). A eterna Rainha da Sofrência faleceu em 5 de novembro de 2021 após sofrer um acidente aéreo perto do Aeroporto de Ubaporanga, onde o avião iria pousar. O local fica a cerca de 12 quilômetros de Caratinga - cidade em que a cantora faria show no dia seguinte. A aeronave caiu na cachoeira de um condomínio em Piedade de Caratinga, município vizinho, vitimando todos a bordo.

Caratinga sente até hoje a dor pela morte da cantora. Afinal, aquele show, que não aconteceu, ficou marcado para sempre na história de fãs, admiradores e de quem não desgrudou os olhos e ouvidos do rádio, TV ou portais na torcida de que ela fosse resgatada ainda com vida.

Lorena Soares, além de fã, é cover de Marília Mendonça. Em entrevista à Itatiaia, ela conta que ainda é difícil de acreditar que a artista se foi. “A memória da Marília continua muito viva, isso é fato, nós ainda não conseguimos acreditar que ela partiu e que infelizmente essa fatalidade tenha acontecido em nossa cidade”, comenta.

Diferente do ano passado, na data que marca a morte da cantora, não tem nenhum evento programado na cidade, entretanto, a artista mineira destaca que “nossas orações estarão voltadas para ela e todos aqueles que partiram naquele trágico acidente”.

Lorena conta que, em todos os seus shows, tem um momento dedicado à cantora desde a sua partida. “Todas as vezes que me apresento tenho um bloco especial dedicado a ela, tanto as músicas mais antigas e as que foram lançadas pós morte da nossa rainha. Em algumas músicas específicas eu ainda me emociono. Em relação ao público, eles sempre pedem também... Isso é o que não deixa a memória dela se apagar, jamais será esquecida por todos nós.”

A professora de Inglês Andrea Vaz, que é fã de Marília, diz que toda vez que passa pelo aeroporto se lembra da queda do avião. Ela recorda uma situação recente. "Muito ruim. Final de semana mesmo tivemos uma confraternização da escola ao lado do aeroporto de Caratinga e, quando cantaram a música dela, todos lembraram. Ficamos observando o horizonte do lado que foi o acidente", inicia.

"A todo tempo, após isso, lembrávamos dela e tentávamos entender como uma pessoa tão linda por dentro e por fora foi embora tão cedo!! Que saudade viu. Mas não tenho dúvida que Deus quer as melhores e mais inteligentes pessoas com ele bem pertinho. Esse é nosso consolo", acrescenta Andrea.

O jornalista Igor Sá, de uma TV local, acompanhou de perto o acidente. "Infelizmente, uma lembrança de uma tragédia, mas ao mesmo tempo de alguém carinhosa, de sucesso e que tinha um legado fantástico, apesar da pouca idade. No dia do acidente, eu estava trabalhando normalmente, quando foi noticiada a queda de um avião, aqui na região de Caratinga. A gente não fazia ideia de quem estava lá. Fomos pra lá e tivemos a confirmação por causa do prefixo do avião, que vimos nas redes sociais da cantora", recorda.

"Acompanhamos a todo momento a retirada dos corpos, a encaminhada para o IML, a localização de bens materiais da cantora e de toda a banda. O telefone me marcou, que até hoje eu tenho a foto. O papel de parede era do filho dela. A gente está acostumado a cobrir grandes tragédias, mas essa marcou a minha carreira", acrescenta.

Sobre o show que aconteceria em Caratinga, ele completa: "Com certeza, ela faria uma grande apresentação aqui [em Caratinga], ela era muito esperada. A gente acompanhou, inclusive, as homenagens. Fãs totalmente comovidos, que tinham comprado ingressos [...] Tentamos lembrar dela hoje como uma cantora de sucesso."

Além de Marília, morreram no acidente o produtor da cantora Henrique Ribeiro, o tio dela, Abicieli Silveira Dias Filho, o piloto Geraldo Medeiros Júnior e o copiloto Tarciso Pessoa Viana.