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Kayky Brito: fonoaudiólogo e fisioterapeuta explicam tratamento feito em pacientes extubados

Ator foi extubado na última quarta-feira (13) e tem passado por tratamentos intensivos com fonoaudiólogo e fisioterapeuta

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Kayky Brito passa por tratamentos fonoaudiológicos e fisioterapêuticos para se reabilitar após tratamento

O hospital Copa D'Or que está responsável pelo quadro do ator Kayky Brito, atropelado no dia 2 setembro, afirmou em boletim médico, publicado nesta segunda-feira (18), que o artista está respondendo bem aos tratamentos de fisioterapia e de fonoaudiologia. Para entender melhor a importância dessas terapias na reabilitação do artista que ficou entubado por cerca de 11 dias, a Itatiaia entrevistou um fisioterapeuta e uma fonoaudióloga.

Afinal, por que uma pessoa que fica entubada precisa de um tratamento multidisciplinar?

Aspectos fisioterápicos

De acordo com, Gabriel Couto Avelar, Fisioterapeuta especialista em Terapia Intensiva, em casos como o de Kayky Brito, que ficou um por muito tempo entubado e sedado, é possível que o paciente desenvolva fraqueza muscular adquirida na unidade de terapia intensiva, também conhecida como FAUTI.

"Essa fraqueza adquirida, não acontece só em braço, perna e tronco, também ocorre na musculatura respiratória. Então, para o paciente realizar o desmame da ventilação mecânica a equipe médica deve ter feito um treinamento muscular respiratório com ele antes do processo de extubação."

Couto também explica, que, na maioria dos casos, os pacientes que saem da intubação, não ficam completamente independentes de mecanismos externos para respiração. Normalmente, a etapa seguinte é colocar a pessoa sob uma ventilação não invasiva (VNI).

"A gente utiliza no paciente entubado um procedimento nos mesmos parâmetros da ventilação mecânica, porém, agora, é uma ventilação não invasiva. É como uma prótese, uma máscara, que pode ser nasal, pode ser facial e pode ser full face. Ela vai gerar essa pressão positiva no pulmão do paciente para recrutar aqueles alvéolos que estejam comprometidos colapsados, além de ajudar se tiver algum líquido no pulmão a extravasar esse líquido de uma forma mais rápida", afirmou o fisioterapeuta.

Já a última etapa é respiração por pressão positiva intermitente (RPPI), na qual o paciente é exposto por tempos menores ao dispositivo que foi utilizado na VNI, com o mesmo respirador com a mesma máscara.

O fisioterapeuta também frisou que são feitos tratamentos para questões motoras, como a mobilização fora do leito. "Nesse momento, a terapia vai promover uma melhor expansibilidade do pulmão e um fortalecimento muscular global", afirmou.

Aspectos fonoaudiológicos

Já a fonoaudióloga, Natália Sales Dieguez, pós-graduada em voz pela Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais, explica que quanto maior o tempo que o paciente precisa ficar entubado e sedado, mais graves podem ser as sequelas nas cordas vocais, na laringe e na traqueia.

"De 24 a 48 horas de entubação já é considerado um tempo prolongado, o que pode resultar em maiores comprometimentos pós-extubação", explica. De acordo com a profissional, as consequências variam para cada organismo, mas as mais comuns são: ulcerações nas pregas vocais, paresia e/ou paralisia das pregas vocais, o que pode resultar em rouquidão ou afonia (perder a voz), e dificuldade para engolir os alimentos.

Dieguez afirma que as sequelas acontecem porque a inserção de um tubo entre a prega vocal e no meio da parte respiratória pode causar atrito e inchaço na região. "O trabalho da fonoaudióloga, inicialmente, em uma conduta padrão pós extubação, é avaliar se esse paciente consegue engolir com segurança. Sem que esse alimento vá para o pulmão, porque é comum o paciente sair da extubação com dificuldade engolir", esclarece a profissional.

"Também é avaliada a qualidade vocal do paciente. Se afetou a prega vocal e se afetou a qualidade do som que a pessoa produz. Mas o que, normalmente, é mais preocupante é com relação ao engolir", finalizou.

Relembre o caso

Kayky Brito foi atropelado ao atravessar a avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, por volta das 1h da manhã do dia 2 de setembro. Ele havia ido ao seu carro buscar alguns pertences e, quando foi voltar para o quiosque, foi atingido por um carro Fiat Argo. O veículo tentou desviar, no entanto, não conseguiu. Imagens de câmeras de segurança flagraram o exato momento do acidente.

Kayky Brito foi socorrido e levado, inicialmente, para o Hospital Municipal Miguel Couto, no Leblon. No entanto, a pedido da família, o ator foi transferido para o Hospital Copa D'Or. Ele sofreu traumatismo craniano e múltiplas fraturas no corpo.

O veículo era conduzido pelo motorista de aplicativo Diones Silva, que levava uma mulher e um bebê. Devido ao estado do carro, ele criou uma vakinha online para custear o conserto do veículo, onde acumulou mais de R$ 179 mil.

Nessa segunda-feira (11), ele revelou que a 99 emprestou um carro para que ele volte a trabalhar. Além disso, parte do valor arrecadado, será doado para que ele possa "abençoar outras pessoas".

(Sob supervisão de Felippe Drummond)


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