PBH vacina cães e gatos de pessoas em situação de rua

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) vacina cães e gatos de pessoas em situação de rua no bairro Lagoinha, região Noroeste de Belo Horizonte nesta quarta-feira (22). A ação faz parte do projeto Maloca, que já atendeu mais de 280 animais desde 2019, quando foi criado.

A ideia principal era o controle de doenças, principalmente a raiva, e também do aumento populacional de cães e gatos nas ruas da capital. Atualmente, ele é feito de forma integrada com as equipes do Consultório na Rua o que, para a gerente de esterilização de animais da prefeitura de BH, Aline Bezerra, elevou o projeto para um outro patamar.

"O diferencial do projeto Maloca é que para além da saúde do animal a gente conseguiu resgatar a confiança do tutor em situação de rua para seu autocuidado com o cuidado do seu animal, que o único companheiro fidedigno que ele tem na vida. Através disso a gente conseguiu, em muitas das vezes, junto com a equipe assistencial, que esse tutor retome o autocuidados, as idas ao Centro de Saúde, e isso para nós é um ganho enorme ", explica.

Caso os donos tenham interesse, os animais também são castrados, mas para isso é preciso fazer um agendamento já que o animal precisa ser preparado para a cirurgia. Entre as doenças comuns, para animais e humanos, estão a raiva e a leishimaniose visceral, por isso a vacina é tão importante. Dados do último Censo de BH, de 2022, apontam que há 450 mil entre cães e gatos e aproximadamente 10 por cento, ou seja, 45 mil estão nas ruas.

Nesta quarta-feira (22), cerca de 20 animais foram atendidos pela ação. Para as donas, é um momento de grande alegria.

Emoção dos tutores

Elisa dos Santos Amorim, de 50 anos, é tutora de Neguinho, cachorro que ela adotou há pouco tempo. Ela afirma que a presença do animal é uma combinação de amor com a segurança que eles trazem.

"É muito importante para os cachorros a vacina, para a saúde dela. Ela é a mesma coisa da família, minha filha. Eu vou cuidar dela e ela vai cuidar de mim", conclui.

Aline Soares dos Santos, de 28 anos, apelidou seu cachorro de Vagabundo, pela semelhança com a animação 'A Dama e o Vagabundo'. Ela revela que já teve outros animais com nomes diferentes, como 'Chuva' e 'Leão'. Para ela, esse cuidado é muito importante e que sempre participa.

"Isso é para a saúde deles, eu quero ver eles melhores. No dia-a-dia eu faço companhia para eles e eles fazem companhia para mim", afirma.

Prêmio

Recentemente, o projeto Maloca, que envolve o Centro de Controle de Zoonoses, as Gerências de Zoonoses Regionais, os Centros de Referência Especializado de Assistência Social e o Consultório na Rua, foi premiado pelo Ministério da Saúde por desenvolver ações de Inclusão, Acessibilidade, Diversidade e Equidade.