Ouça a rádio

Ouvindo...

Mais de 400 acumuladores de objetos e animais são monitorados em Belo Horizonte

Quem mora perto de pessoas com esse transtorno relata uma série de riscos; na UFMG projeto capacita profissionais da saúde para lidar com a questão

Compartilhar

Facebook Twitter LinkedIn WhatsApp
Projeto da UFMG trabalha com agentes de saúde pública para lidar com acumuladores de animais

Entulhos, portas, janelas, moveis, sofás e muitas outras coisas empilhadas. Isso são alguns dos objetos que um senhor gurda em casa, ou melhor, no quintal e até no passeio. Vizinhos contam que a mais de 20 anos um homem que mora no bairro Juliana, na região Norte da Capital, começou a virar acumulador.

Um homem que preferiu não se identificar, fala que mesmo com a limpeza da prefeitura, o local continua causando problemas. “É muito inseto, muito bicho, muito escorpião… Tudo que ele acha no passeio, ele leva para lá. A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) vem, limpa e ele continua juntando do mesmo jeito. Ele alega que é dali que ele tira o sustento”, disse.

A pessoa não tem controle. No começo, ela escolhe adotar ou resgatar um animal das ruas. Depois, pensa melhor e adota mais um para fazer companhia para o primeiro. Quando ela vê, já são mais de dez. Situação essa, que aconteceu em Caeté, na região metropolitana de BH. Segundo a presidente da Sociedade Galdina Protetora dos Animais, a Patricia Dutra, uma luta foi travada na justiça, para conseguir salvar os cães de uma mulher com transtorno de acumulação na cidade.

"Há alguns anos, essa senhora me pediu ajuda para castrar alguns cachorros. O tempo foi passando e ficamos sabendo que ela morava sozinha, não tinha filhos, tinha um distúrbio e muitos animais na casa”, disse.

No total, eram cerca de 30 animais em situação de maus-tratos. “Eu consegui convencê-la de levar todos os animais para uma clínica para serem examinados e medicados. Eu disse que, após as consultas, devolveríamos para ela. Foi então que a gente expôs a situação para o Ministério Público porque o gasto era absurdo e ela era uma pessoa idosa, em uma péssima condição e que necessitava de um acompanhamento psiquiátrico", explicou.

Segundo a PBH, atualmente, são acompanhadas pela Secretaria Municipal de Saúde cerca de 435 pessoas com transtorno de acumulação. A Escola de Veterinária da UFMG, trabalha e prepara agentes públicos para lidar com acumuladores de animais. Quem explica como o projeto funciona, é professora da Escola Veterinária, Camile Fonseca de Oliveira.

"A gente realiza a capacitações on-line para gestores municipais, médicos e veterinários, do setor público e privado, para criarem estratégias de atenção a pessoa em situação de acumulação. É grande desafio pra gestão de saúde de qualquer local porque a abordagem desses casos necessitam de equipes e multiprofissionais com discussão interprofissional", finalizou.


Participe do canal da Itatiaia no Whatsapp e receba as principais notícias do dia direto no seu celular.  Clique aqui e se inscreva.

Leia Mais

Colunistas

Mais lidas do dia

Baixar o App da Itatiaia na Google Play
Baixar o App da Itatiaia na App Store

Av. Barão Homem de Melo, 2222 - Estoril Belo Horizonte, MG

T.(31)21053588