Projeto de padre suspeito de pedofilia atende 300 crianças em Minas e São Paulo
Iniciativa do religioso afirma “oferecer um lugar seguro, acolhedor e estimulante para crianças”; mães de alunas do projeto afirmam estar horrorizadas com prisão de padre
O padre católico preso na última quarta-feira (3), em São Paulo, suspeito de pedofilia e exploração sexual, era presidente de um projeto social com foco em crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. Segundo a Polícia Civil, o projeto atendia cerca de 300 pessoas e era usado pelo religioso para se aproximar de possíveis vítimas.
Segundo informações presentes no site oficial, o projeto foi fundado em maio de 2010 pelo próprio padre, é investigado por exploração sexual e estupro de vulnerável. A entidade teria “nascido do sonho de criar um lugar seguro, acolhedor e estimulante para crianças, adolescentes e jovens a fim de garantir melhores oportunidades e perspectivas de vida”.
A comunidade beneficiada pelo projeto teria "moradias precárias, ruas escuras, falta de espaços de lazer e alto índice de vulnerabilidade social”. A entidade afirma oferecer “práticas educacionais, esportivas, culturais e de assistência social ao desenvolvimento comunitário e de suas famílias”
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A reportagem da Itatiaia conversou com mães de alunas do projeto liderado pelo padre. A mulher, que prefere não se identificar, afirmou que a filha não tinha contato com o religioso, mas que a prisão do suspeito assustou a comunidade escolar, que repercute o caso em grupos de Whatsapp. “Todas as mães estão horrorizadas”, declarou a mulher.
Projeto não era autorizado
A Ordem dos Pregadores “Província Frei Bartolomeu de Las Casas”, onde o suspeito atuava, afirmou em nota que o padre nunca teve permissão da Igreja para realizar o projeto, que era executado “à revelia das orientações das autoridades da Ordem dos Pregadores”. Segundo a Polícia Civil, o suspeito teria reunido esforços para ampliar o projeto “por interesse pessoal.
Entenda o caso
A Polícia Civil de Minas Gerais prendeu, na última quarta-feira (3), um padre de 54 anos suspeito de pedofilia. Ele foi preso em flagrante na sua casa, em São Paulo, após os agentes encontrarem diversas imagens pornográficas de adolescentes no celular do suspeito.
O religioso mantém um projeto social para jovens em situação de vulnerabilidade na capital paulista e em São João del-Rei (MG). Jovens carentes de Goiás eram acolhidos para “ficar sob os cuidados do projeto social”. A Polícia Civil ainda investiga se o padre tinha a guarda de algumas das crianças e tenta identificar quem são os pais desses jovens.
O suspeito foi preso em flagrante por produzir e armazenar material pornográfico de criança e adolescente, crimes com pena de até 8 anos de prisão. Ele ainda pode responder por exploração sexual e estupro de vulnerável, com penas de quase 20 anos.
Em nota publicada em seu site oficial, a Arquidiocese de São Paulo afirma ter recebido as acusações com “perplexidade” e manifestou repúdio a qualquer forma de abuso. A Arquidiocese informou que se solidariza com as possíveis vítimas e aguarda os esclarecimentos dos fatos
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