Onda de calor ajuda Aedes aegypti a crescer mais rápido e viver mais; especialista explica risco de surto
A possibilidade de chuva após a passagem da onda de calor que deixa 13 estados sob alerta pode causar explosão de casos de dengue, zika e chikungunya
O aumento atípico das temperaturas traz um alerta importante: os Aedes aegypti, responsável por transmitir a dengue, zika e chikungunya, podem crescer mais rápido e viver mais. Enquanto meteorologistas preveem a quebra de recordes de calor, pesquisadores seguem atentos ao comportamento do mosquito no período.
“Quanto mais quente, mais o ciclo de desenvolvimento se acelera. O período ovo-adulto pode ser reduzido e acontecer mais rápido. Com isso, teremos mais ovos e mosquitos nos ambiente”, explicou o biólogo e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-MG), Fabiano Duarte Carvalho.
De janeiro até 22 de setembro deste ano, 10.799 pessoas foram contaminados pela dengue, mostrou dados da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).
Sem chuva
Nessa segunda-feira (13), os termômetros atingiram 37,3°C, segundo informações da Defesa Civil de Belo Horizonte. A temperatura foi a segunda maior já registrada neste ano, e a maior do mês de novembro.
Apesar da temperatura, o tempo deve permanecer seco e sem previsões de chuva até, pelo menos, o fim da semana. “Esse é um momento atípico, não sabemos como o mosquito vai se reproduzir nessas condições”, disse.
Fabiano atenta que a precipitação não é necessária para gerar maior proliferação, até porque, segundo levantamento feito pela Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, 1,4% dos imóveis da capital mineira já possuem a larva do mosquito.
O índice é considerado de risco médio para a ocorrência de uma epidemia das doenças. De acordo com o Ministério da Saúde, o ideal é que o indicador esteja abaixo de 1%. Caso o índice seja maior ou igual a 4%, o risco é considerado alto. De 1% a 3,9%, o risco é médio e menos que 1% é baixo. Conforme o município, cerca de 88 mil locais da cidade foram avaliados durante o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa).
Fabiano alerta: “a chuva ajuda muito, mas os insetos podem depositar os ovos nos pratinhos de planta, por exemplo. Agora no calor, as pessoas costumam molhar a planta duas vezes ao dia. Além disso, tem o uso da piscina ou da mangueira para se refrescar”.
Principais lugares de risco
Veja os locais de maior proliferação, segundo o LIRa:
Pratinhos de plantas (33,1%)
Embalagens de produtos (21%)
Recipientes domésticos (8,9%).
Ações de combate
Segundo a PBH, ações de vigilância e combate às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti são promovidas durante o ano todo. Os Agentes de Combate a Endemias (ACE) percorrem os imóveis da capital orientando a população sobre os riscos do acúmulo de água para a proliferação do mosquito. A prefeitura informa que foram feitas mais quatro milhões de vistorias.
O município informou que também aplica inseticida para combater mosquitos adultos em áreas com casos suspeitos de transmissão local; identifica focos do Aedes aegypti através do uso de drones; e utiliza o método Wolbachia, que transmite uma bactéria ao mosquito, capaz de diminuir a transmissão de doenças.
*com informações da repórter Fernanda Rodrigues
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