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PF e Ibama miram quadrilha de comércio ilegal de ouro e mercúrio na Amazônia

Policiais cumprem 34 mandados de busca e apreensão em SP, RJ, MT e AM; Justiça bloqueia R$ 2,9 bi de investigados

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No total, 140 policiais federais e 30 servidores do Ibama participam da operação

Uma operação foi deflagrada na manhã desta quarta-feira (8) pela Polícia Federal (PF) de Campinas, em São Paulo, contra uma quadrilha que faz a mineração e comercialização de ouro e mercúrio na Amazônia. A operação é realizada em conjunto com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Os policiais cumprem 34 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça de Campinas, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Amazonas. No total, 140 policiais federais e 30 servidores do Ibama participam da operação.

Os investigados tiveram mais de R$ 2,9 bilhões sequestrados pela Justiça e a imposição de multas de 200 salários mínimos para reparação de danos ambientais.

Cidades em que estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão:

  • Manaus (AM): 1 mandado (pessoa física)

  • Cuiabá (MT): 15 mandados, sendo 11 pessoas físicas e 4 empresas

  • Poconé (MT): 6 mandados, sendo 2 pessoas físicas e 4 empresas

  • Peixoto de Azevedo (MT): 3 mandados, sendo 1 pessoa física e 2 empresas

  • Cáceres (MT): 1 mandado (pessoa física)

  • Alta Floresta (MT): 1 mandado (empresa)

  • Pontes e Lacerda (MT): 1 mandado (empresa)

  • Nossa Senhora do Livramento (MT): 1 mandado (empresa)

  • Nova Lacerda (MT): 1 mandado (empresa)

  • Duque de Caxias (RJ): 1 mandado (empresa)

  • Rio de Janeiro (RJ): 2 mandados, sendo 1 pessoa física e 1 empresa

  • São Paulo (SP): 1 mandado (pessoa física)

Os crimes investigados na segunda fase da Operação Hermes são comércio e uso ilegal de mercúrio, organização criminosa, receptação, contrabando, falsidade documental, lavagem de dinheiro, entre outros. A primeira fase da operação, em dezembro de 2022, foi a maior do país contra o uso ilegal de mercúrio, segundo a PF.

Conforme a polícia, a operação começou a partir da investigação de uma empresa de Paulínia, em São Paulo, que usava criminosamente as atividades autorizadas para produzir créditos falsos de mercúrio no sistema do Ibama.

A partir da análise de milhares de documentos e dispositivos eletrônicos, durante mais de dez meses, a PF identificou uma extensa cadeia organizada de pessoas e empresas envolvidas no esquema ilegal de comércio de mercúrio e ouro extraído de garimpos na Amazônia. O grupo retirou 7 toneladas de créditos de mercúrio dos sistemas do Ibama.

Nesta segunda fase, a PF tenta aprofundar as investigações, buscando provas do funcionamento desse esquema, do envolvimento das pessoas, especialmente os principais responsáveis pelo comércio e os compradores finais do mercúrio ilegal, além de identificar o patrimônio construído para ocultar a atividade ilícita e os ganhos oriundos dela.

A investigação apontou que as principais formas utilizadas pelos investigados para a movimentação de valores foram:

  • utilização de "laranjas" com o fim de ocultar o verdadeiro responsável pelas operações comerciais e financeiras ou mesmo o verdadeiro proprietário de bens, diretos e valores;

  • utilização de empresas de fachada e de empresas sem registro de um funcionário sequer;

  • mistura entre capital ilícito com eventual capital lícito gerado por empresas com atuação comercial, de modo a tornar mais difícil a separação de um e de outro pelas autoridades;

  • compra e venda de imóveis, com valorização artificial, para justificar a origem ilícita do dinheiro utilizado;

  • blindagem patrimonial, por meio de manobras jurídicas e engenharia financeira e contábil;

  • utilização ilegal dos sistemas do Ibama para dar aparente legalidade à circulação de quantidade exorbitante de mercúrio;

  • uso do Aeroporto Internacional de Viracopos para transporte de mercúrio.


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