123 Milhas e MaxMilhas continuam vendendo passagens normalmente
As duas empresas estão em recuperação judicial
Acusada de calote por milhares de usuários, a 123 Milhas e Maxmilhas continuam vendendo passagens e pacotes normalmente. A Itatiaia acessou os sites das empresas (que têm mesmos sócios) nesta segunda-feira (23) e fez simulações que confirmam que a venda de bilhetes continua. O preço de passagens de ida e volta Belo Horizonte São Paulo pela MaxMilhas, por exemplo, está em R$ 1.400. Na 123 Milhas uma passagem para de BH para Salvador custa pouco mais de R$ 2,2 mil.
A reportagem da Itatiaia procurou as duas empresas para saber qual a garantia de embarque para quem compra.
Apesar de manter as vendas, a Maximilhas é acusada por clientes emitir bilhetes, cancelar em seguida, não avisar e ficar com o dinheiro dos clientes. São vários relatos na plataforma Reclama Aqui. Um dos consumidores procurou a Itatiaia para denunciar a situação. Ele estava com a passagem emitida de São Paulo para Foz do Iguaçu-PR e da cidade do Paraná para Belo Horizonte, com embarque previsto para o último o sábado (21). No entanto, um dia antes da viagem, ao tentar retirar o cartão de embarque, ele foi surpreendido.
“A companhia área informou que a compra foi estornada dois dias após a minha compra. Ou seja, eles pegam seu dinheiro, compram a passagem e estornam o dinheiro para si mesmos. Continuei pagando, porque dividi (o valor) e eles não me informaram que a passagem foi estornada. Ou seja, eles vão receber", disse o servidor, que pediu para não ser identificado.
O cliente procurou a Max Milhas e teve a seguinte resposta: "Me disseram que estou envolvido no processo judicial deles e vou receber somente nesse processo".
No portal Reclame Aqui, é possível encontrar outras denúncias da mesma natureza. Clientes reclamam de terem sido surpreendidos pelo cancelamento de passagens ou reservas, ou de, ao pedirem cancelamento, serem informados de que a passagem já havia sido cancelada.
"Comprei uma passagem com a MaxMilhas e no dia da viagem descobrir que não tinha reserva liguei pra lá entrei em contanto me mandaram outro localizador em cima da hora, e antes que eu chegasse ao aeroporto cancelaram a passagem", escreveu um cliente na plataforma.
Recuperação Judicial
A Justiça de Minas Gerais aceitou o pedido da MaxMilhas para entrar no processo de recuperação judicial da 123Milhas. As duas agências fazem parte do mesmo grupo empresarial e, por isso, foram afetadas pelo cancelamento da linha “promo” da 123Milhas e pela crise que afeta a empresa.
A MaxMilhas e a Lance Hotéis, outra empresa do grupo da 123Milhas, haviam entrado com o pedido de recuperação judicial no dia 21 de setembro. Segundo a companhia, a intenção era "assegurar o cumprimento dos compromissos assumidos”, “organizar os débitos”, “acelerar a quitação dos valores devidos” e "restabelecer o mais rapidamente possível seu equilíbrio financeiro e operacional".
Crise na 123Milhas
A agência de viagens 123Milhas surpreendeu milhares de clientes no dia 18 de agosto, após anunciar o cancelamento de pacotes de viagens promocionais, que atraíam muitas pessoas pelo preço baixo. A decisão revoltou clientes e fez a empresa pular rapidamente para o 1º lugar no ranking de empresas mais “denunciadas” do portal Reclame Aqui. Nesse caso, a empresa chegou a emitir bilhetes.
No dia 29 de agosto, a 123Milhas um pedido de recuperação judicial na 1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte, em Minas Gerais. No pedido, a empresa afirma que enfrenta a "pior crise financeira de sua história" e alega que "fatores internos e externos impuseram um aumento considerável de seus passivos nos últimos anos".
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