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Ex-Bahia, Renato Paiva critica futebol brasileiro: 'Só se olha para resultados'

Técnico português também afirmou que deixou o Bahia sentindo que a equipe estava em evolução; Esquadrão luta contra o rebaixamento

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Renato Paiva, ex-técnico do Bahia

Com uma passagem negativa no Bahia, encerrada com o seu pedido de demissão em 6 de setembro, o técnico português Renato Paiva criticou, nesta terça-feira (21), a cultura do futebol brasileiro. Em texto publicado no site "The Coaches' Voice", o treinador afirmou que deixou o Esquadrão num momento em que sentia a equipe em evolução. Ele também disse que nao seria demitido pelo o Grupo City, dono majoritário (90%) da SAF do Bahia.

"A minha sensação é que o Bahia estava em evolução quando saí. Era visível que a equipe jogava cada vez melhor. O Bahia era a sexta equipe, entre 20, que menos chutes a gol concedia ao adversário. E era a quinta com mais finalizações. Ou seja, em termos coletivos, havia um trabalho, uma ideia. No Brasil, porém, só se olha para os resultados. E, de fato, os resultados não eram bons", afirmou o técnico.

"Infelizmente, é comum que se conviva com expectativas irreais no futebol brasileiro. Uma vez, dois torcedores do Bahia vieram conversar comigo em um shopping. ‘Mister, temos que ser campeões’. Enquanto eu dizia que lutaríamos para isso, mas que era necessário respeitar o Vitória, eles me interromperam. ‘Não, mister, não estamos falando do campeonato baiano. Temos que ganhar o Brasileirão’. Essas expectativas irreais se transformam em atitudes surreais. Muitos brasileiros dizem que é ‘cultural’, mas eu me recuso a chamar isso de cultura", acrescentou Renato Paiva.

Renato Paiva iniciou o seu trabalho no Bahia em dezembro. Foram 51 jogos, com 20 vitórias, 15 empates e 16 derrotas. Sob comando do português, o Tricolor foi campeão baiano, porém não foi bem na Copa do Nordeste e seguia mal no principal objetivo da temporada: o Brasileirão.

Pressionado pela torcida e mantendo uma má relação com a imprensa, o treinador apresentou o pedido de demissão à diretoria. Na altura, o Esquadrão era o 16º colocado, com 22 pontos. Atualmente, o time ocupa a 17ª colocação com alto risco de rebaixamento. Segundo Paiva, no entanto, não fosse a sua atitude de pedir para sair, o Grupo City não o demitiria.

"É importante deixar claro que o Grupo City não iria me despedir até o final do campeonato. Não havia qualquer ameaça de demissão. Pelo contrário, senti muita confiança e apoio vindos de Manchester. Trabalhar em um clube do Grupo City é diferente", afirmou.

"Mas senti que era o momento de ir embora. A pressão era muito grande e eu não queria aquele ambiente para os meus jogadores. (...) Por ora, a única coisa que desejo é voltar a trabalhar quanto antes. Mas não aceitarei qualquer projeto. Quero comandar uma equipe que dispute títulos", pontuou Paiva.


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