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A gratuidade no transporte merece discussão 

Tarifa zero pode virar realidade nas grandes cidades

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População sofre com ônibus cheios e serviço sucateado

Sempre que a gente se animar a criticar o trabalho de um prefeito deve, antes, considerar o tamanho do problema que ele enfrenta todo dia. A cidade nada mais é que um grande condomínio e isto basta, pois, todos os que tiveram a responsabilidade – infelizmente, muita gente não tem a noção desse dever – de participar na gestão sabe como é difícil manter um agrupamento de pessoas sem guerras. A maioria dos moradores não vai a assembleia, não quer discutir qualquer assunto que extrapole seus interesses pessoais e está sempre pronta para xingar o síndico... e, não raro, a mãe dele.

Quando mais calejado, mais o jornalista compreende a complexidade de uma metrópole do tamanho de Belo Horizonte. Mobilidade, educação, saúde, segurança pública, zoonoses, vigilância sanitária, tanta coisa. Mas, às vezes, quem está de fora pergunta por que o prefeito não se toca com aquilo que pode ser resolvido. Um exemplo? Por que os prefeitos das capitais brasileiras não estão se mobilizando para discussão séria da gratuidade no transporte coletivo? Não há outro caminho.

Chegamos ao ponto em que o trabalhador não consegue pagar, o empresário que precisa oferecer o vale-transporte está no limite e os empresários também reclamam que o sistema não permite ações básicas como a renovação da frota. Vivemos o círculo perigoso em que a passagem cara afasta passageiros, a ausência deles importa em aumento da tarifa, as pessoas correm para as motos que tornam o caos do trânsito ainda pior e entopem hospitais de vítimas de acidentes, com custos econômicos e sociais cada vez mais altos.

Vejamos o caso de Belo Horizonte. O município vai gastar meio bilhão de reais para custear 40% do sistema de ônibus até o fim do ano. Então, me permito acreditar que, com ajustes, cortes, fiscalização e boa gestão deve ser possível bancar o ônibus de graça durante o ano todo. Afinal, se a PBH não vai pagar imposto, não terá necessidade de lucro, diminuirá o fluxo de veículos particulares nas ruas (aumentando a rapidez das viagens de coletivo). E poderia o prefeito trabalhar na publicidade dentro do sistema, na terceirização de componentes (combustível de um lado, ônibus de outro, estações de outro) de forma a reduzir sensivelmente os custos.

Sei que os municípios já são pressionados pela excessiva demanda de serviços e a escassez de recursos; então, por que não se juntarem os prefeitos da capital em Brasília, agora, urgente, e exigirem que, nesta reforma administrativa a ser aprovada sejam garantidas verbas para bancar o transporte público? Esta é uma questão nacional, grave, emergencial. A hora é essa! Por que não?


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